terça-feira, 27 de abril de 2010

BIRKENAU

1.

Em birkenau vivenciei o ignóbil - a infâmia -

A dor dos cárceres - no abismo da luz - o pranto -

2.

Rendido ao silêncio - a voz apátrida - fez-se muda -

Sobre chuva matutina - extraviada - o inerte -

3.

Relembro os corpos amontoados - os dias turvos -

A sinuosa trilha - do imundo e do perverso -

4.

No casario - selado de negro - tudo se dissipa –

Ladra um cão - o martírio parece não ter fim -

5.

Quem se recosta na pedra do inimaginável –

entre as lajes húmidas - na noite constelada –

Respira a custo – nos confins do frio e da desolação ?-

Revive o anelo vão da infância - a exausta linguagem ?-

6.

Quis tornar válido o milagre - e não descobri um jeito de escapar -

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