segunda-feira, 26 de abril de 2010

A MUDANÇA E O DES-SER

1.

Sob o opaco vislumbro uma atenas corrompida - a veemência do ultraje bancário -

Sinto-me abatido e perplexo - na inanição - o cerne da fraqueza -

Meu queixume se mantém - a arraigada voz do insensato - o que se abeira do imprevisto -

2.

Ignoro a constância do desalento - as invectivas exultantes - dos comissários -

Tudo capitula com a atrocidade – a aridez capitalista - a certidão de óbito – do marxismo -

3.

Quem assiste impassível ao jogo - na conivência dos séculos com o obsceno - o fascismo consumista ?-

Desconhece a vida una - os gracejos da plebe - o profundo anelo do lumpen proletariado ?-

4.

Perco-me na desvalidade face - de karl kraus - o distante e o lendário - o que transborda -

Nada apazigua o medo – para lá do palco da saturação – quem fixa a dor desamparada – inerte ?-

5.

Sei-me na lucidez da pedra - o exílio – testemunha do erro - da fatalidade? -

Que revolução permanente sobre ti espera - se torna aridez – intangibilidade – absoluta certeza? -


6.
O canto da zelosa ortodoxia – me parece insípido - a bem-aventurança -

Sou a mudança e o des-ser - a voz do hostil e o ouro do sabat –

A ascensão ao céu e o verdugo - os gerânios sobre o branco – da anarquia -
7.

Há-de sempre bastar-me a música do fugaz - o musgo negro - da beatitude -

A ilícita fantasia ou a invenção - nos trâmites do extraordinário - o verbo-puzzle -

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