1.
Porque náusea - gerânios e escombros de alma - aresta facetada -
Mutação da dor - o delírio - sobre o cérebro – porta giratória –
Desfiguração - caos estomacal - poema inconcebível - transe -
Diz: porque pulsos expectantes - opacidade - lanterna obtusa -
Máscara petrificada - chama intacta - ressequida - osso indelevel-
Diz: porque inconsistência – lucidez - inaplacável desespero -
Ou asfixia - pesa-nervos – voz de pedra - humanidade morta - rodez -
Diz: porque o inexorável - negro céu - o demónio eloquente? -
2.
Porque o inescrutável – a conversão - o poema lúcido - a dose de peyotl -
Diz: porque o cataclismo – o corpo voraz - paralítico - a cura - o pedestinado passamento -
Ou voz do impróprio - a unânime morada do inflamável - as instruções do naturalismo mágico -
Porque a ressonância - dos tarahumaras – a fulgurância das vastidões vazias –
Diz: porque a bruxaria fisiológica – o rastejar – na lava – o inominado? -
quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
WALTER BENJAMIN
Em porto bau - a pólvora do resoluto - a morfina do fugaz - as visões -
Desse mundo inapreendido - a voz do esotérico - os relâmpagos - da iluminação profana -
Saber-me na veemência do obscuro – o que ousa ser a falência – do anjo da história –
No que abdiquei - a possessão do corpo – o inevitável delírio - bolchevique -
Sobre o vazio - a nudez da pedra - o único e a sua propriedade – a decência -
Sobre o que inventamos – o inútil comedimento – a irrecusável luz - do mar -
Partir esquecendo os marinheiros de kronstadt - a santificação da revolta -
Desse mundo inapreendido - a voz do esotérico - os relâmpagos - da iluminação profana -
Saber-me na veemência do obscuro – o que ousa ser a falência – do anjo da história –
No que abdiquei - a possessão do corpo – o inevitável delírio - bolchevique -
Sobre o vazio - a nudez da pedra - o único e a sua propriedade – a decência -
Sobre o que inventamos – o inútil comedimento – a irrecusável luz - do mar -
Partir esquecendo os marinheiros de kronstadt - a santificação da revolta -
segunda-feira, 29 de março de 2010
ALENTO DA INSÂNIA - O ELUCIDATIVO
1.
Quem acende a lâmpada do inabalável - a luz do nada -
Permanece no alento da insânia - a lonjura - o elucidativo -
Sobre a demência da pintura - retoma a voz do irrecusável ? -
2.
Quem irrompe pelo exausto - o furtivo - o irreversível corpo -
Na tela - junto ao cavalete - celebra a intransponível - sombra -
O que se desdiz no apelo lácteo - a música - a arte do inabitual ? -
3.
Sobre a desaparição - o fulgor do branco - o que se apressa no hábil -
Resvala na loucura - o traço adicional - a geometria do inesperado -
O surgir do abrupto - a claridade - onde transpões a labareda do hostil -
Quem acende a lâmpada do inabalável - a luz do nada -
Permanece no alento da insânia - a lonjura - o elucidativo -
Sobre a demência da pintura - retoma a voz do irrecusável ? -
2.
Quem irrompe pelo exausto - o furtivo - o irreversível corpo -
Na tela - junto ao cavalete - celebra a intransponível - sombra -
O que se desdiz no apelo lácteo - a música - a arte do inabitual ? -
3.
Sobre a desaparição - o fulgor do branco - o que se apressa no hábil -
Resvala na loucura - o traço adicional - a geometria do inesperado -
O surgir do abrupto - a claridade - onde transpões a labareda do hostil -
quarta-feira, 24 de março de 2010
ERWIN PISCATOR
1.
Sobre as abóbadas iluminadas - o palco artesanal - invulnerado -
O studio - de erwin piscator - desaprendendo o mundo - a desfazer-se -
2.
Através da caducidade da voz - quem cede ao movimento perpétuo –
A convulsão das palavras - sobre a luz pulsante - decapitada ? -
3.
O exercício da queda - inconcebível - o fragmentarium - corpo -
Núcleo e periferia - o fôlego do teatro épico - inapreensível -
Trazendo algo de muito remoto - a tribuna política - a cura mágica -
Sobre as abóbadas iluminadas - o palco artesanal - invulnerado -
O studio - de erwin piscator - desaprendendo o mundo - a desfazer-se -
2.
Através da caducidade da voz - quem cede ao movimento perpétuo –
A convulsão das palavras - sobre a luz pulsante - decapitada ? -
3.
O exercício da queda - inconcebível - o fragmentarium - corpo -
Núcleo e periferia - o fôlego do teatro épico - inapreensível -
Trazendo algo de muito remoto - a tribuna política - a cura mágica -
sexta-feira, 19 de março de 2010
BALTHUS
Diante do sono branco - pelo entardecer - o atelier - de balthus -
O que desdobra na luz desamparada - obscura - hermética -
As visões anacrónicas - da pura permanência - o monólogo - o grito -
O que assoma na nudez - o corpo incendiado - a veracidade adolescente -
Símbolos e imagens - relâmpagos ocultos – nas vidraças - crayons do esplendor -
Diante do que se esvai na loucura - a elegia - o signo-senhal - o sete-estrelo -
O que desdobra na luz desamparada - obscura - hermética -
As visões anacrónicas - da pura permanência - o monólogo - o grito -
O que assoma na nudez - o corpo incendiado - a veracidade adolescente -
Símbolos e imagens - relâmpagos ocultos – nas vidraças - crayons do esplendor -
Diante do que se esvai na loucura - a elegia - o signo-senhal - o sete-estrelo -
quinta-feira, 18 de março de 2010
VIENA DE WITTGENSTEIN
1.
Arremessado sobre a noite escura – quem escuta o torpor da voz de wittgenstein ?
O intermitente corpo da musa - denso solilóquio - voz amante - do insano –
Vasto senhorio da philosophia - o indizível - a linguagem-mundo - inefável ? -
2.
No frémito de viena - o dúbio clamor das arestas – klint e seu modelo –
Entre estrelas - o indelével som de schöenberg – lâmpada sobre o abismo -
3.
A profusa demência - de karl kraus - posse fugaz e causticante – nas noites da insónia – o teatro de poesia -
Súbita a face andrógina de weininger - ríctus fálico que exibo -
arremetido corpo - onde se desnuda teu rosto e te ocultas - inconsútil mefistófeles -
4.
O ímpeto do verbo escuro - minha fraqueza - vertige du déplacement -
O que subsiste - no solilóquio - acarência - voz do estático -
A irrepetível carta de lord chandos - inconstância pressentida? -
Arremessado sobre a noite escura – quem escuta o torpor da voz de wittgenstein ?
O intermitente corpo da musa - denso solilóquio - voz amante - do insano –
Vasto senhorio da philosophia - o indizível - a linguagem-mundo - inefável ? -
2.
No frémito de viena - o dúbio clamor das arestas – klint e seu modelo –
Entre estrelas - o indelével som de schöenberg – lâmpada sobre o abismo -
3.
A profusa demência - de karl kraus - posse fugaz e causticante – nas noites da insónia – o teatro de poesia -
Súbita a face andrógina de weininger - ríctus fálico que exibo -
arremetido corpo - onde se desnuda teu rosto e te ocultas - inconsútil mefistófeles -
4.
O ímpeto do verbo escuro - minha fraqueza - vertige du déplacement -
O que subsiste - no solilóquio - acarência - voz do estático -
A irrepetível carta de lord chandos - inconstância pressentida? -
quarta-feira, 17 de março de 2010
MARRAQUEXE
Sob a campânula os in-fólios - a pedreira -
Luzes e sombras - a brisa do entardecer -
Deter-me nas vitrines - a discórdia da arte -
Prolongar o ilícito - o som do deserto - funânbulo pretexto -
Junto a um postal ilustrado de marraquexe
Saber que embarco e perpetuo a insónia do corpo
A inapreensível voz do ténue - o plausível -
A lucidez antes de cair por terra - o esparso -
Fiel ao obtuso - a música do inenarrável -
Luzes e sombras - a brisa do entardecer -
Deter-me nas vitrines - a discórdia da arte -
Prolongar o ilícito - o som do deserto - funânbulo pretexto -
Junto a um postal ilustrado de marraquexe
Saber que embarco e perpetuo a insónia do corpo
A inapreensível voz do ténue - o plausível -
A lucidez antes de cair por terra - o esparso -
Fiel ao obtuso - a música do inenarrável -
terça-feira, 16 de março de 2010
RETÁBULO EM CHAMAS - DORA MAAR
Quem se detém na voz alucinada - o retábulo em chamas -
Desliza pela infância - sob a lava - a memória do irreversível?
Junto ao retrato de dora maar - prossegue mudo - sobre a luz depurada?
Quem contempla pela derradeira vez a nuvem branca - o ímpeto do falacioso -
Por cima das velhas naves do incerto - vislumbra a pedra profanada ?
Porto, 16 Março 2010
Desliza pela infância - sob a lava - a memória do irreversível?
Junto ao retrato de dora maar - prossegue mudo - sobre a luz depurada?
Quem contempla pela derradeira vez a nuvem branca - o ímpeto do falacioso -
Por cima das velhas naves do incerto - vislumbra a pedra profanada ?
Porto, 16 Março 2010
segunda-feira, 15 de março de 2010
DANDY
Sob a sonolência de heliogábalo busquei a lucidez do dandy stendhaliano
Tornei-me irrelevante - anónimo - a mosca de diógenes - o fôlego de adónis -
Abotoado como george brummel - a la recherche d’ une parole perdue -
Permaneço junto das túlipas - na voz diáfama de callímaco -
Sou o hóspede clandestino - que indaga a palavra do omisso -
A penumbra e o silêncio - o corpo ocioso de alcibíades -
Sou a erva húmida e o júbilo desnecessário - a indiscrição da pedra - antínoo -
O que se aprimora no frívolo - a suplicação do artifício – o intransponível spleen -
Porto, 14 Março 2010
Tornei-me irrelevante - anónimo - a mosca de diógenes - o fôlego de adónis -
Abotoado como george brummel - a la recherche d’ une parole perdue -
Permaneço junto das túlipas - na voz diáfama de callímaco -
Sou o hóspede clandestino - que indaga a palavra do omisso -
A penumbra e o silêncio - o corpo ocioso de alcibíades -
Sou a erva húmida e o júbilo desnecessário - a indiscrição da pedra - antínoo -
O que se aprimora no frívolo - a suplicação do artifício – o intransponível spleen -
Porto, 14 Março 2010
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