quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

MANHÃ DE PRATA

- VOZ DO TERRESTRE

1.
resta-me soletrar o rumor do mar em meio às naves- vislumbrar o livro do inóspito - retomar o exausto- o que se desvanece no ouro - da folhagem - as nuvens do oriente -

2.
o que assoma no alto da montanha - resvala silencioso - quase me faz acreditar na voz do terrestre - a égua branca - na escuridão - a torre de areia na manhã de prata ? -

3.
sob essas nuvens do céu - o que perpassa voraz - me enebria - teu corpo - entre a luz e a pedra da demência - incandesce -

4.
através do desabitado - a altivez da cabra nua - a inteira blasfémia - junto ao que soçobra - o mais ínfimo corpo - na penumbra -

Porto, 19 Dezembro 2009

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