sábado, 5 de junho de 2010

O OLVIDO E A MEMÓRIA

Sou paracelso e paul klee - o olvido e a memória - a espuma nocturna e o labirinto -

Sobre o que me cega - o exasperado fulgor - da tela - a resoluta fala - que acena - nos confins do falacioso -

Quem se costuma ao desvario - a abdicação - a mutabilidade da voz - a palavra saturada - impenetrável ? -

Sou o delírio e o lapso - a amnésia e o homem da câmara de filmar - o cisne e a rosa - o que se derrama - imprevidente - no espesso -

Conheço bem a bétula e a argila rûnica - sobre as águas – o que deflagra no incontido - em vladivostok -

Sou a neve derretida e o pêndulo insaciado - trotsky - o frémito do desassosego - a indizibilidade do relâmpago -

Contra os muros - a luz turva do discreto - o inapreensivel – a insónia da pedra e a voz do inadiável -

Sou os líquenes no alento da terra – a medusa e o corpo alado – de ossip mandelstam -o retábulo em chamas junto da cisterna - a ninfa do insone -

No que ignoro – o viajante em cada imagem - estremunhado - a veemência do peregrino e a intentio barroca -

Sou a lava e a erva insensata - a lama e o nada - para sempre - o malévolo e o insuperável -

Sou o revólver da decência e a nave do anónimo – o corvo e o sal – do ilícito – a alucinação das anémonas e carl th.dreyer -


No branco empedrado do ar - o que emudece – na vertigem - a concha muda e a lágrima contida - o que perpassa - na elegia -

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