quarta-feira, 4 de novembro de 2009

LINGUAGEM DO SILÊNCIO

entre as túlipas deslizo imperturbado na voz humecida o inflexível corpo

torno-me esquivo emerso na linguagem do silêncio e quiçá da morte

rendido ao arcano maior do tarô as imagens do anónimo escuto schoenberg

sobre a erva me reclino na luz pelo canto matutino o sono denso o rastro do imensurável

adormeço cada noite sobre as marés no branco que enlouquece a pedra incandescente

ante a música do irrecuperável perco-me na boca sequiosa a areia branca e intranquila

visualizo o odor febril e doce no esgar da nudez permeço à tua espera absorto

por sobre o intransferível transporto o fulgor do ininterrupto o alarme das nuvens e isso é tudo

Sem comentários:

Enviar um comentário