giordano bruno
1.
junto do céu largo em campo di fiori
vislumbrei a agonia de giordano bruno
o incêndio e a inanição sobre as nuvens
o clamor do hediondo e o instante funesto
2.
há muito apreendi o tremor que o céu cala
silencioso e trémulo permaneço sem alento
um indescritível pavor me ensombra a alma
a prudência reclama a língua da estranheza
3.
como hei-de eu enfrentar a astúcia e a mentira
perdoando aos que exultam a auctoritas divina
lacônicos julgam sobriamente a voz do sagaz
4.
no rasto do que se expande o crime se mantém
o absurdo mata de novo e a arrogância ascende
Porto, 6 Novembro 2009
Sem comentários:
Enviar um comentário