sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CAMPO DI FIORI

giordano bruno

1.
junto do céu largo em campo di fiori

vislumbrei a agonia de giordano bruno

o incêndio e a inanição sobre as nuvens

o clamor do hediondo e o instante funesto

2.
há muito apreendi o tremor que o céu cala

silencioso e trémulo permaneço sem alento

um indescritível pavor me ensombra a alma

a prudência reclama a língua da estranheza

3.
como hei-de eu enfrentar a astúcia e a mentira

perdoando aos que exultam a auctoritas divina

lacônicos julgam sobriamente a voz do sagaz

4.
no rasto do que se expande o crime se mantém

o absurdo mata de novo e a arrogância ascende

Porto, 6 Novembro 2009

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