
- PUNCTUATED EQUILIBRIA
1.
Não me escrevas - deslumbra - meu corpo que se desdobra -
Junto a Shelley - a veracidade da demência - em Rotterdam - minha vocação da penúria - inconfessada -
Sou o Circum Mundo - o Alto - que não vês - o Quantum Chaos - a confrontação - o incessante -
Desde a Suméria até Sefarad - já conheci o êxodo - a falácia do verbo - indispensável -
Sou espanto desnudo do caminho - Epiménides - a nuvem herética - o ininterrupto -
O rumor de um largo escrito - na orla da noite - a partitura iluminada -
Sou o prado e a cabra luminosa - o que sussurra - a boca muda de Riemann -
A voz que prescinde dos números primos e a trepadeira imóvel - no Vale de Loire -
O indemonstrável - o penhasco e o osso - Gramsci - um cervo ferido -
Sou o canto indizível - num espectro de pedra - um diagrama antigo - Asclépio - Hermes - Serápio -
Uma luz sonolenta e o orvalho inconsistente - o céu a descoberto -
A neve e a erva dócil junto da cisterna - a música do incorrigível -
Sou a abóbada e a nave do incêndio - Notre Dame - os partigiani -
Cada manhã - sob a voz obscura que finda - Kurt Godel -
2.
Sou a verdade e a mentira - a indecidibilidade - o sétimo mandamento -
O éter e o jovem Euclides enlouquecido - o chapéu de David Hilbert -
Por sobre o bosque ermo - o relâmpago - sob os carvalhos -
Apenas vejo o vago e o fugaz - quando o incêndio espreita -
Sobre a cúpula da catedral - o impenetrável Charles Sanders Peirce -
3.
Sou o corpo inabalável - de Kavafis - um jovem inerme e sonânbulo - o frenesi do anónimo me possui -
Imune ao deserto – o pueril – a urgência estética – meu coração se detêm -
Quem se atreve a renunciar – cede ao que clama – o jovem Kafka – a erva e o vento – o alusivo -
Persiste no ópio - a fala minuciosa e a escuta - a voz do lúcido – a inconsistência -
Quem em Palo Alto - renuncia aos dias futuros - a equação do impróprio - a quebrada luz -
Do esplendor - se apressa - sobre o mar - confinado ao desejo e a ímpia nudez - o grito ocre -
Quem cerrando os olhos - permanece perante o impossível - no desamparo metafísico -
Sobre a cisterna - a lâmpada - os lábios do sedento - ?
4.
Sou a cláusula celeste - a voz do prematuro - o Brahma - Nada Absoluto -
Permaneço nesse êxtasse - a convulsão - junto a Emily Dickinson - a Via Láctea -
Sou o mapa - o relâmpago – a música do contraditório – o não – e – a intangibilidade -
Rendido ao alento da loucura - junto ao muro da inexpressão - escuto o vazio - que tudo inclui - Caravagio -
Na língua do silêncio - o som primigénio - na noite - de John Cage -
O relinchar do potro - no ar - o sal desnecessário - a circunferência sobre o orvalho -
Sou a Arca da Aliança - a pedra inclassificável - o clinâmen - o precipício distinto -
Na incumbência do deserto - o que se desmorona - incendeia -
1.
Não me escrevas - deslumbra - meu corpo que se desdobra -
Junto a Shelley - a veracidade da demência - em Rotterdam - minha vocação da penúria - inconfessada -
Sou o Circum Mundo - o Alto - que não vês - o Quantum Chaos - a confrontação - o incessante -
Desde a Suméria até Sefarad - já conheci o êxodo - a falácia do verbo - indispensável -
Sou espanto desnudo do caminho - Epiménides - a nuvem herética - o ininterrupto -
O rumor de um largo escrito - na orla da noite - a partitura iluminada -
Sou o prado e a cabra luminosa - o que sussurra - a boca muda de Riemann -
A voz que prescinde dos números primos e a trepadeira imóvel - no Vale de Loire -
O indemonstrável - o penhasco e o osso - Gramsci - um cervo ferido -
Sou o canto indizível - num espectro de pedra - um diagrama antigo - Asclépio - Hermes - Serápio -
Uma luz sonolenta e o orvalho inconsistente - o céu a descoberto -
A neve e a erva dócil junto da cisterna - a música do incorrigível -
Sou a abóbada e a nave do incêndio - Notre Dame - os partigiani -
Cada manhã - sob a voz obscura que finda - Kurt Godel -
2.
Sou a verdade e a mentira - a indecidibilidade - o sétimo mandamento -
O éter e o jovem Euclides enlouquecido - o chapéu de David Hilbert -
Por sobre o bosque ermo - o relâmpago - sob os carvalhos -
Apenas vejo o vago e o fugaz - quando o incêndio espreita -
Sobre a cúpula da catedral - o impenetrável Charles Sanders Peirce -
3.
Sou o corpo inabalável - de Kavafis - um jovem inerme e sonânbulo - o frenesi do anónimo me possui -
Imune ao deserto – o pueril – a urgência estética – meu coração se detêm -
Quem se atreve a renunciar – cede ao que clama – o jovem Kafka – a erva e o vento – o alusivo -
Persiste no ópio - a fala minuciosa e a escuta - a voz do lúcido – a inconsistência -
Quem em Palo Alto - renuncia aos dias futuros - a equação do impróprio - a quebrada luz -
Do esplendor - se apressa - sobre o mar - confinado ao desejo e a ímpia nudez - o grito ocre -
Quem cerrando os olhos - permanece perante o impossível - no desamparo metafísico -
Sobre a cisterna - a lâmpada - os lábios do sedento - ?
4.
Sou a cláusula celeste - a voz do prematuro - o Brahma - Nada Absoluto -
Permaneço nesse êxtasse - a convulsão - junto a Emily Dickinson - a Via Láctea -
Sou o mapa - o relâmpago – a música do contraditório – o não – e – a intangibilidade -
Rendido ao alento da loucura - junto ao muro da inexpressão - escuto o vazio - que tudo inclui - Caravagio -
Na língua do silêncio - o som primigénio - na noite - de John Cage -
O relinchar do potro - no ar - o sal desnecessário - a circunferência sobre o orvalho -
Sou a Arca da Aliança - a pedra inclassificável - o clinâmen - o precipício distinto -
Na incumbência do deserto - o que se desmorona - incendeia -