1.
Em birkenau vivenciei o ignóbil - a infâmia -
A dor dos cárceres - no abismo da luz - o pranto -
2.
Rendido ao silêncio - a voz apátrida - fez-se muda -
Sobre chuva matutina - extraviada - o inerte -
3.
Relembro os corpos amontoados - os dias turvos -
A sinuosa trilha - do imundo e do perverso -
4.
No casario - selado de negro - tudo se dissipa –
Ladra um cão - o martírio parece não ter fim -
5.
Quem se recosta na pedra do inimaginável –
entre as lajes húmidas - na noite constelada –
Respira a custo – nos confins do frio e da desolação ?-
Revive o anelo vão da infância - a exausta linguagem ?-
6.
Quis tornar válido o milagre - e não descobri um jeito de escapar -
terça-feira, 27 de abril de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
A MUDANÇA E O DES-SER
1.
Sob o opaco vislumbro uma atenas corrompida - a veemência do ultraje bancário -
Sinto-me abatido e perplexo - na inanição - o cerne da fraqueza -
Meu queixume se mantém - a arraigada voz do insensato - o que se abeira do imprevisto -
2.
Ignoro a constância do desalento - as invectivas exultantes - dos comissários -
Tudo capitula com a atrocidade – a aridez capitalista - a certidão de óbito – do marxismo -
3.
Quem assiste impassível ao jogo - na conivência dos séculos com o obsceno - o fascismo consumista ?-
Desconhece a vida una - os gracejos da plebe - o profundo anelo do lumpen proletariado ?-
4.
Perco-me na desvalidade face - de karl kraus - o distante e o lendário - o que transborda -
Nada apazigua o medo – para lá do palco da saturação – quem fixa a dor desamparada – inerte ?-
5.
Sei-me na lucidez da pedra - o exílio – testemunha do erro - da fatalidade? -
Que revolução permanente sobre ti espera - se torna aridez – intangibilidade – absoluta certeza? -
6.
O canto da zelosa ortodoxia – me parece insípido - a bem-aventurança -
Sou a mudança e o des-ser - a voz do hostil e o ouro do sabat –
A ascensão ao céu e o verdugo - os gerânios sobre o branco – da anarquia -
7.
Há-de sempre bastar-me a música do fugaz - o musgo negro - da beatitude -
A ilícita fantasia ou a invenção - nos trâmites do extraordinário - o verbo-puzzle -
Sob o opaco vislumbro uma atenas corrompida - a veemência do ultraje bancário -
Sinto-me abatido e perplexo - na inanição - o cerne da fraqueza -
Meu queixume se mantém - a arraigada voz do insensato - o que se abeira do imprevisto -
2.
Ignoro a constância do desalento - as invectivas exultantes - dos comissários -
Tudo capitula com a atrocidade – a aridez capitalista - a certidão de óbito – do marxismo -
3.
Quem assiste impassível ao jogo - na conivência dos séculos com o obsceno - o fascismo consumista ?-
Desconhece a vida una - os gracejos da plebe - o profundo anelo do lumpen proletariado ?-
4.
Perco-me na desvalidade face - de karl kraus - o distante e o lendário - o que transborda -
Nada apazigua o medo – para lá do palco da saturação – quem fixa a dor desamparada – inerte ?-
5.
Sei-me na lucidez da pedra - o exílio – testemunha do erro - da fatalidade? -
Que revolução permanente sobre ti espera - se torna aridez – intangibilidade – absoluta certeza? -
6.
O canto da zelosa ortodoxia – me parece insípido - a bem-aventurança -
Sou a mudança e o des-ser - a voz do hostil e o ouro do sabat –
A ascensão ao céu e o verdugo - os gerânios sobre o branco – da anarquia -
7.
Há-de sempre bastar-me a música do fugaz - o musgo negro - da beatitude -
A ilícita fantasia ou a invenção - nos trâmites do extraordinário - o verbo-puzzle -
segunda-feira, 19 de abril de 2010
A CRISE DECISIVA
1.
Quem desfila no meio de uma tempestade em chamas - inebriado -
De novo perpetua o inócuo e o insignificante - o infame - da linguagem -
Em incessante andamento - sob a curva do céu - para o extremo norte -
Quem vem pedir socorro? - Se converte em pedra - o destruído ? -
Neste perambular - desnecessário - donde vem - ilumina?
2.
Tudo se volve abismo iminente - naufrágio sem espectador - eco antigo -
Em vão procuro a enfastiada lucidez - o minotauro - o detalhe que me cega -
A crise decisiva é algo de crónico na humanidade - o tremor - inevitável -
Nenhum tempo é justo - o vazio se propaga - o unânime obscuro -
O subterfúgio impera - a catástrofe - golpe e ferida assoma -
3.
Estou apto para o circum-mundo - a casa-cárcere - o patíbulo -
O sentimento que prevalece é de um fim - de uma extinção -
Quem desfila no meio de uma tempestade em chamas - inebriado -
De novo perpetua o inócuo e o insignificante - o infame - da linguagem -
Em incessante andamento - sob a curva do céu - para o extremo norte -
Quem vem pedir socorro? - Se converte em pedra - o destruído ? -
Neste perambular - desnecessário - donde vem - ilumina?
2.
Tudo se volve abismo iminente - naufrágio sem espectador - eco antigo -
Em vão procuro a enfastiada lucidez - o minotauro - o detalhe que me cega -
A crise decisiva é algo de crónico na humanidade - o tremor - inevitável -
Nenhum tempo é justo - o vazio se propaga - o unânime obscuro -
O subterfúgio impera - a catástrofe - golpe e ferida assoma -
3.
Estou apto para o circum-mundo - a casa-cárcere - o patíbulo -
O sentimento que prevalece é de um fim - de uma extinção -
quinta-feira, 15 de abril de 2010
DOCILIDADE DA PEDRA
Quem acolhe o relâmpago - por sobre a erva do submerso - na luz do tumulto?
Retoma o fulgor da penumbra – a docilidade da pedra - no fundo dos salgueiros? -
Prevalece pelo absorto – o insaciado - na matéria desnuda - do cosmos ?
Retoma o fulgor da penumbra – a docilidade da pedra - no fundo dos salgueiros? -
Prevalece pelo absorto – o insaciado - na matéria desnuda - do cosmos ?
quarta-feira, 14 de abril de 2010
O IMENSCHURÁVEL, JORGE TAXA
Perplexo ante a indecibilidade - perpetuo o intrínseco -
Na detonação dos axiomas - o labirinto desconcertante -
Ilumino o obscuro – o alento irreversível - espesso - inumerável -
Prisioneiro dos antimundos - resvalo na falácia – verbal -
Da filosofia - a matemática do pretensioso - o compacto –
Atapeando o cânone do esparso - resvalo na inflexível - prosa -
Nesse intento - de uma mente em chamas - o prodigioso transe -
Na detonação dos axiomas - o labirinto desconcertante -
Ilumino o obscuro – o alento irreversível - espesso - inumerável -
Prisioneiro dos antimundos - resvalo na falácia – verbal -
Da filosofia - a matemática do pretensioso - o compacto –
Atapeando o cânone do esparso - resvalo na inflexível - prosa -
Nesse intento - de uma mente em chamas - o prodigioso transe -
segunda-feira, 12 de abril de 2010
MIGUEL EYQUEM, MONTAIGNE
1.
Enclausurado no alto da torre - junto ao que resvala - invertebrado -
Perpetuo a eloquência - o que se desmorona - na criação suspensa -
A tautologia - do insigne - o que se desvanece - no implícito -
2.
Embalado no branco da luz - as nuvens - reclino-me - no fugaz -
Na ténue escrita - o vago e inconsciente - écran do corpo - ilógico ? -
3.
O nemus opacum me tenta - a musa irredutível e a filosofia -
Bagatelas - por um massacre - junto ao que capitula - a voz -
Do explícito - a eclosão da pedra opaca - a lucidez - o obstinado ? -
4.
Regressas ao sal do desespero - a esse ritmo do invulnerado -
Nos confins do exíguo ? - Rumo à perpetuidade do incêndio -
O perambular - o grito e a voz do esparso - o olhar indescritível ? -
Enclausurado no alto da torre - junto ao que resvala - invertebrado -
Perpetuo a eloquência - o que se desmorona - na criação suspensa -
A tautologia - do insigne - o que se desvanece - no implícito -
2.
Embalado no branco da luz - as nuvens - reclino-me - no fugaz -
Na ténue escrita - o vago e inconsciente - écran do corpo - ilógico ? -
3.
O nemus opacum me tenta - a musa irredutível e a filosofia -
Bagatelas - por um massacre - junto ao que capitula - a voz -
Do explícito - a eclosão da pedra opaca - a lucidez - o obstinado ? -
4.
Regressas ao sal do desespero - a esse ritmo do invulnerado -
Nos confins do exíguo ? - Rumo à perpetuidade do incêndio -
O perambular - o grito e a voz do esparso - o olhar indescritível ? -
quarta-feira, 7 de abril de 2010
MARCEL DUCHAMP
1.
O anti artista aguarda sua vez - entre os panos de púrpura - a pintura do inepto - o vórtice -
Por entre a volúpia - vagueia - no rito da carência - pelos despojos do irrepetível - o omphalos -
Mediúnico - compacto - irrompe pela lâmpada indestrutível - o ilógico - a avidez do incêndio -
2.
No que intenta - afincado e constante - permanece na impossibilidade - a cegueira dos líquenes -
Fixa o ígneo - o inconsumido corpo - a deserção e os albergues da loucura - o oblíquo transe -
3.
Súbidto do caos - do prolífico - no que entrevê - devasta - de novo -
Sob o incólume - a escala descendente - ilumina o anónimo - pretexto da manufactura - o convulso -
Pelo relâmpago do inclassificado - transforma a hábil- recôndita arte- régia - mutilada -
4.
Quem se esgueira - no elucidativo - o hábil e o conceptual - o resoluto -
Prossegue na rendição perante o purgativo - o que irradia - o ríctus extrapolar -
Junto ao que levita - retoma o arcaico - a pedra e o vôo lírico ? -
O anti artista aguarda sua vez - entre os panos de púrpura - a pintura do inepto - o vórtice -
Por entre a volúpia - vagueia - no rito da carência - pelos despojos do irrepetível - o omphalos -
Mediúnico - compacto - irrompe pela lâmpada indestrutível - o ilógico - a avidez do incêndio -
2.
No que intenta - afincado e constante - permanece na impossibilidade - a cegueira dos líquenes -
Fixa o ígneo - o inconsumido corpo - a deserção e os albergues da loucura - o oblíquo transe -
3.
Súbidto do caos - do prolífico - no que entrevê - devasta - de novo -
Sob o incólume - a escala descendente - ilumina o anónimo - pretexto da manufactura - o convulso -
Pelo relâmpago do inclassificado - transforma a hábil- recôndita arte- régia - mutilada -
4.
Quem se esgueira - no elucidativo - o hábil e o conceptual - o resoluto -
Prossegue na rendição perante o purgativo - o que irradia - o ríctus extrapolar -
Junto ao que levita - retoma o arcaico - a pedra e o vôo lírico ? -
segunda-feira, 5 de abril de 2010
O DESABRIGO
Confinado à inútil trégua - da filosofia - o tremor - a nostalgia -
A mais extassiada retina - sobre nada - o sono que desaba -
Saber-me na veemência do inalcançado - as nuvens do fecundo -
Torpe sussurro da voz - o sequioso corpo - ao desabrigo -
Nenúfares - náufrago que pressinto - o interruptor metálico -
Lanterna - luz da cera que vislumbro - o rumor das orquídeas silvestres -
A mais extassiada retina - sobre nada - o sono que desaba -
Saber-me na veemência do inalcançado - as nuvens do fecundo -
Torpe sussurro da voz - o sequioso corpo - ao desabrigo -
Nenúfares - náufrago que pressinto - o interruptor metálico -
Lanterna - luz da cera que vislumbro - o rumor das orquídeas silvestres -
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