quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A VEEMÊNCIA DA PEDRA, TOMAR, O BAPHOMET

1.

FRÉMITO DA LUZ

Que imagem se esvai - na opacidade da cal - sob a lâmpada esquiva -

Figura emerge - imprevisível - na noite - se desvela - inconcebível -

No frémito - da cegueira - pelas colunas da insânia - sinais do tácito -

Pelo obscuro - rente ao plausível - - traz consigo - a luz inesgotável ? –

2.

BAPHOMET

Quem se furta à diligência do específico - no que perscruto - escuta o som do oblíquo?-

Junto do abrupto - ilumina - o anónimo - a figura do incisivo - a abóbada do aéreo ?-

Quem se detém na pedra - arco a céu descoberto - o baphomet - ogiva do minucioso?-

3.

NAVES DO COMPACTO

O que se desvela - na veemência da pedra - pelas naves do compacto -

Baixo-relevo - sumptuoso - cifra que a luz obscureceu - corpo inverso -

Rastro da cegueira - absorta limpidez - as imagens do incomensurável? -

4.

O IRREMIDIÁVEL GRIFO

Quem se detém - pelos sinais do disforme - na demência da luz - vislumbra - a pedra -

A exígua coluna - na cúpula do constante - ante o assombro - o irremediável grifo ?-

Sobre o baixo-relevo - retoma - a sapiência do convulso - os sinais do imponderável ?-

5.

A PROFUSÃO DO OBSCURO

Sobre as colunas - nuas - as figurações do discreto - o chão do impenetrável -

A nave - o sal - a cal - infindável abóbada - que descerras - nesse tumulto -

Os choupos - ervas - pátio amplo - sobre as águas - a profusão do obscuro -

No que concedo - as arquitecturas do aéreo - rasgão límpido - sortilégio haurido -

Número e figura - oblíqua - o não-dito - secreto cambiante - pedra do inexprimível? -

8 de Agosto 2010

A MEMÓRIA DEVASTADA

DAGUERREÓTIPO

O daguerreótipo - sobre as águas - a sereia do intransponível – falésia - mar do intacto -

Branco que emudece - prado - bosque do desperto - lábios - áurea medida do discreto -

Nuvem convulsiva - memória do impróprio - a inextinguível lâmina - o ar repleto -


DESMESSURADO OBSESSIVO, CAOS

Dir-te-ei o furtivo corpo - a voz do absorto - desmesurado obsessivo - caos -

Entre os gerânios - a areia do furtivo - a obscura pedra - opacidade do sono -

A lâmpada convulsa - que se desprende - na lâmina humedecida - a erva do exacto?-


MAPA, SAL DO EXÍMIO

Simetria da luz - pelo relâmpago da insónia - o obscuro reflectido - corpo do insaciável -

A memória devastada - do impenetrável - mapa - sal do exímio - a retina alucinada -

O que subsiste no inócuo - lâmina acesa - sobre o que se dissipa - a voz do incógnito?-


O DESASTRE OBSCURO

Sobre a cisterna - a água do indefinível - o revólver e a morfina -

Da escrita - a luz - lâmina do estupefacto - desastre obscuro -

O grito - voz do omisso - rasgão límpido - incêndio inabalável -


OS LÍQUENES DA INSÂNIA

Os líquenes da insânia - o sémen - quietude do branco – inadiável ? -


LUZ DO INOMINADO

A pedra do unânime - voz do célere - morfina - luz do inominado ? -


PULMÕES DO ÍNGREME, GEOMETRIA DO ESCASSO

Sob o incêndio - a lâmina - ossos e campânula - a geometria do escasso -

Entre os açudes - os pulmões do íngreme - a generosidade dos mapas -


FALÉSIA, CAL HÚMIDA

Cegueira que me obceca - a demência e o pavor - falésia - cal húmida -

A voz do célere - quietude do branco - memória do omisso - céu ininterrupto -


MAR INTERMINÁVEL, DEFLAGRAÇÃO DO IRRESOLUTO

O deserto - predilecção do inverso - mar interminável - a deflagração do irresoluto -

Nuvem e lâmpada do austero - traço inflexível - sobre o que se dissipa - o incógnito -

A pupila trémula - o bosque – solícito cavalete - ofuscado zelo dos alpendres -


QUEM SE FURTA AO EXASPERADO, A LÂMPADA

quem emerso no sono - ante - a veracidade da pedra –

fixa a língua homicida - a torre - a nudez desdobrada -

o mar incessante - por entre o sal do esparso - o tácito -

quem se furta ao exasperado – a lâmpada - nuvem do incólume -

sobre as águas - arco e saber antigo – o corpo incendiado? -

A CABRA SOBRE A PEDRA DO DISCRETO

- CASTANHEIROS DO IRRECUPERÁVEL

os castanheiros - na noite - a cabra que me embala - páteo do discreto -


sobre a pedra do instável - o desvario - a nuvem - clarão da escrita -


a céu aberto - a lâmpada da insânia - grito - voz do irrecuperável -


a música do recôndito - em seu dorso - o pêlo – porte altivo - abissal segredo -


terça-feira, 14 de setembro de 2010

ANTE O ÁGORA, ESCONJURAS TODO O ULTRAJE,

O ESCUSADO, NADA BRAHMA


Na avalanche dos incontinenti - permaneço à deriva -

Pelo inepto - o procedimento do caos -

Tudo se volve anomalia selvagem - clinamen -

Receptáculo do letal - teatro da escassez - potestas -

Ante o ágora - esconjuras todo o ultraje - o escusado -

Nada brahma - todo o fardo do incurável absoluto -

Submerso na mobilização - a pressuposição do pânico -

Abeiras-te do cinismo - a política do exíguo ?-

Na consonância do miserável - vislumbras o extraviado -

A intempérie - os lupanares do nefasto ?-

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A TRAFICÂNCIA DO IGNÓBIL

1.

permaneces na veemência do ilícito - a insuficiência do discernimento - a súplica -


sobre o impassível assimétrico - indagando o embuste - a traficância - do ignóbil -


vislumbrando a indescritível – res publica - o que subsiste - inadiável - rendição ?-


2.

quem se rende ao carreirismo - a omnipotência e a impunidade - do poder - obscuro -


regressa à profussão do inenarrável - a lúgubre tribulação da democracia - o que repugna - o caduco – medo? -



A PRECISÃO, OLHO CÂMARA DE DZIZA VERTOV


Sob os arcos - a fímbria da luz - o suspenso mapa - da intempérie -


Corpo do táctil - ténue plenitude das pedreiras - a lâmina do avêsso -


As granadas e a morfina - cúpulas e torres - nuvem - lâmpada de cal -


O dilúvio - sal do esparso - invisibilidade - eloquência que perscrutas -


A precisão - olho-câmara de dziza vertov - os fotogramas do irredutível -


O studium - areia do furtivo - na orla do bosque - a voz entre os gerânios -


O que se retrai na palavra fugaz - pelas imagens do esparso - inalcançável? -